Minha história no desenvolvimento de software

terça-feira, 21 de julho de 2020

Para o primeiro texto do meu blog, eu vou contar uma história muito pessoal, a minha relação com o desenvolvimento de software e minha trajetória até aqui.

Apesar desse texto ser muito extenso, vou dividi-lo em curtos capítulos para deixar o texto mais leve.

O início de tudo

A minha história com computadores é bastante antiga, desde criança eu gosto de brincar no computador e de explorar as suas funcionalidades. Com poucos anos de idade, eu já era chamado para olhar o computador da família, o clássico sobrinho.

Embora conhecesse bem como usar o computador, instalar impressoras e essas coisas de T.I., ser um programador me parecia muito distante. Eu abria os executáveis no bloco de notas e ficava me perguntando como alguém conseguiria escrever aquilo.

Com 13 anos, fazendo uma tabela para automatizar um campeonato de futebol de botão no Excel, depois de gravar e usar algumas macros, eu descobri que podia editar aquelas instruções só usando texto. O VBA foi o meu primeiro contato com o desenvolvimento de software.

As primeiras linhas de código

Com vídeos e tutoriais na internet, eu aprendi bastante da linguagem e o copia e cola do Stack Overflow me servia quando não sabia alguma coisa. Nessa época, eu me dedicava todos os dias em uma planilha de notas no colégio e me orgulhava muito dela.

O passo seguinte veio em 2013, com 15/16 anos. Eu descobri que o VBA tinha um irmão mais velho mais poderoso e óbvio que fui conhecê-lo. Foi então que baixei o Visual Studio e comecei a programar com o VB. Aprendi bastante e criei alguns programinhas bem legais com ele, principalmente para a minha família.

Quando a brincadeira ficou séria

Ainda em 2013, eu tinha muitas dúvidas sobre minha carreira. Apesar de gostar de programar, enxergava mais como um hobby do que como o meu futuro.

Junto ao ensino médio, eu cursava um curso técnico em Análises Clínicas. Nessa época, eu usei minhas planilhas para montar os resultados dos exames que a nossa turma fazia, eu amava usar meus conhecimentos de programação para automatizar os relatórios do curso.

Ao final do ensino médio, me decidi definitivamente pela área de sistemas e optei pelo curso de Sistemas de Informação na FIAP.

Mesmo achando que já sabia programar, as aulas de lógica de programação trouxeram uma visão muito mais sólida ao que eu fazia. Logo no primeiro ano de faculdade, em 2015, descobri o meu gosto pelas tecnologias web, principalmente pelo Javascript.

O divisor de águas

Até aqui, com tudo que eu tinha aprendido nas linguagens que eu mexia em anos e com tudo que eu tive na faculdade, eu destaco um detalhe muito importante: eu ainda não sabia programar.

Essa pauta talvez eu aborde em outra postagem, mas isso ficou evidente depois de poucos meses. Eu tenho uma facilidade muito grande de expressar problemas e soluções em linhas de código, então mesmo sem conhecimento na linguagem, com Google e Stack Overflow era fácil para mim fazer um código que resolvesse o meu problema, mesmo que eu não fizesse ideia de como mexer nele semanas depois, literalmente.

Em 5 de outubro de 2015, o meu primeiro dia no meu primeiro estágio, foi marcado como o início de uma nova realidade. Eu me lembro claramente do nervosismo no dia da entrevista e da felicidade no dia que a Bárbara me ligou para dar o meu sim. Eu estava muito empolgado em estar começando a trabalhar com aquilo que eu gostava.

Na Codus, passei pelo treinamento da empresa nos primeiros meses, que aliou o teórico com o prático. Aprendi HTML, CSS, JS, Ruby, Rails, padrões de código sempre lendo os fundamentos, participando de workshops, fazendo projetos práticos e contando com a ajuda e a companhia de colegas e mentores maravilhosos.

Ao final do treinamento, a gente já era encaminhado aos times nos projetos da empresa. Eu me sentia com uma super responsabilidade, mas, com todo o aprendizado do treinamento e com a ajuda de todos, foi muito rápido pegar confiança e conseguir dar braçadas mais longas.

Lá eu aprendi o que era ser um desenvolvedor, como enfrentar desafios do mundo real e a aquela altura eu já tinha certeza que eu tava no caminho certo e que era exatamente isso que eu queria para mim.

5 anos em 5 parágrafos

Fiz dois anos de estágio na Codus, maximizando trabalhar 6 horas para continuar a faculdade no período da manhã. Com o estágio, meu desempenho na faculdade melhorou, principalmente nas matérias de programação.

Lá, eu tive a oportunidade de participar de projetos cada vez mais desafiadores e absorver mais responsabilidades. Foi importante para um crescimento rápido das minhas experiências.

Depois de efetivado, eu continuava absorvendo mais responsabilidades. Cheguei a participar como mentor do treinamento dos estagiários, liderar projetos tecnicamente, discutir ideias com o cliente e ser o canal principal entre ele e o time. Eu cresci muito com a empresa.

Depois de quase 4 anos na Codus, decidi aceitar um novo desafio e integrar o time da Revelo. Pessoalmente, era a realização de um sonho de trabalhar em uma empresa de produtos, mas também seria uma ótima oportunidade de crescer junto com uma empresa em uma fase muito legal.

Hoje, eu continuo me sentindo muito realizado com o meu trabalho. Conheci um mercado incrível que é o de RH, estou trabalhando na companhia de pessoas maravilhosas no meu dia-a-dia, participei em times diferentes, construí relações com pessoas de outras áreas da empresa e sigo evoluindo muito tecnicamente e profissionalmente.

Os aprendizados na carreira

Como 23 anos e 5 anos de carreira, eu sei que ainda tenho muita coisa pela frente e que esse texto é só o resumo do começo de tudo isso. Mas, passei por muitos momentos legais na carreira e aprendi muitas coisas importantes que fazem muita diferença no profissional que eu sou hoje e acho importante compartilhar.

Lembra da minha facilidade de transformar problema em código? Com a minha experiência profissional, ela virou uma arma muito mais poderosa. Desenvolver o raciocínio lógico de transformar problemas em algoritmos é muito importante e qualquer um consegue exercitá-lo.

Outro conceito muito importante foi entender sobre conhecimento horizontal e vertical. Eu gosto muito de ler e aprender mais sobre programação. No começo, eu estudava um pouco de muitas linguagens/tecnologias diferentes, expandindo meu conhecimento horizontal, mas me limitando verticalmente nelas. Hoje, focando em poucas tecnologias mas mantendo o radar em outras, eu otimizo a minha curva de habilidades e consigo crescer melhor na carreira.

Aprendi a importância da imersão do modelo de negócio do sistema em que estou trabalhando. Conhecer as regras, os processos, as leis, os jargões, as convenções... Quanto mais próximo eu estiver da realidade de quem vai usar o sistema, melhor.

Aprendi que trabalhar sozinho é legal mas a troca de conhecimento de um trabalho em equipe é única. Ao longo desses anos, eu passei por diferentes times. Cada pessoa que trabalhou comigo moldou um pouquinho do profissional que eu sou hoje. Me abrir a isso me fez tanto um profissional quanto uma pessoa melhor.

Eu tive a oportunidade de ser acompanhado por profissionais mais experientes, com 1:1, feedbacks, mentoria de carreira, conselhos, e busco hoje em dia fazer o mesmo com quem está começando. Meu objetivo é mostrar que programação é para todo mundo e meu sonho é mentorar pessoas que estão começando na carreira e auxiliá-las durante a jornada delas, trocando conhecimentos e aprendendo junto com elas.

Em nenhum momento eu deixei de me divertir com programação. Ainda dedico boa parte do meu tempo livre com ela, principalmente em sistemas aliados com os meus hobbies. Me divirto muito fazendo esses projetos pequenos enquanto aplico alguma técnica nova ou algum framework legal.

Por fim, estou bem feliz com minha trajetória até aqui e espero ter conseguido mostrar um pouco desses passos e como eu fui evoluindo ao longo desse tempo. Foi muito nostálgico relembrar de tudo isso. Espero poder ter ajudado de alguma forma!

Seja feliz e continue escrevendo código!